Teus olhos eram exóticos, penetrantes,
olhei-te intimamente,
fiquei confuso...
Sonhei contigo na noite seguinte...
Invadias-me com uma melancolia abstracta...
Entardecíamos num silêncio alheio,
nossos olhares cruzavam-se,
esboçavam palavras,
clamavam num tempo sem tempo...
A tua beleza era um encanto saudável,
o teu sorriso era doce mas triste...
Nos teus lábios vermelhos e húmidos,
dissimulavas os mais recônditos desejos...
Um suspiro, um olhar de despedida,
é tudo o que resta de ti, da tua vida,
no meu pensamento de poeta fingido,
onde o dia a dia é um poema perdido...
Barão de Campos